segunda-feira, 31 de maio de 2010

Israel, Estado terrorista

Lembram-se disto?

Israel voltou a cometer um crime hediondo. Não há dia em que não os cometa. Seja através dos seus postos de controlo, do muro, dos milhares de presos, dos bombardeamentos, do bloqueio à Faixa de Gaza, dos colonatos, da recusa em aceitar o regresso dos milhões de refugiados palestinianos, da recusa em aceitar um Estado palestiniano, tudo serve para manter a Palestina submetida a um terror diário. Hoje, foi um episódio brutal, mas, infelizmente, mais um episódio brutal que fica para a história das condenações vazias da dita Comunidade Internacional.

Esta madrugada, uma frota humanitária encaminhava-se, em águas internacionais, para a costa da Faixa de Gaza quando foi assaltada por tropas israelitas. A sangue-frio, foram assassinadas dezenas de activistas cujo crime era levar alimentos, roupa e medicamentos para a população de Gaza. Agora, vem o primeiro-ministro israelita dizer que os soldados se sentiram em perigo e que agiram em legítima defesa. Este é o discurso sionista. O mesmo discurso vitimista desde que levantaram o Estado de Israel através do recurso à violência terrorista contra a maioria árabe.

Na próxima quarta-feira, às 18 horas, temos o dever de estar presentes em frente à embaixada deste Estado criminoso, em Lisboa, correspondendo à convocatória do CPPC. Desde a Rádio Moscovo, toda a solidariedade com a luta do povo palestiniano. Resistir não é um crime.

domingo, 30 de maio de 2010

Mentiras sobre os 300 mil na manifestação

Lembram-se disto?

A manifestação de ontem, organizada pela CGTP, foi uma das maiores de sempre. Mais de 300 mil pessoas abarrotaram as principais avenidas de Lisboa. Vindos de todo o país, os trabalhadores quiseram dar uma resposta contundente à violenta ofensiva do bloco central de interesses. Ainda assim, houve espaço para a manipulação da comunicação social. A TSF, a Lusa, o Diário Económico e o Sapo indicavam centenas de pessoas. O Público, por sua vez, dedicou-se a descredibilizar os números fornecidos pela CGTP através das declarações de uma ex-sindicalista, da qual o jornal diz ter sido "antiga responsável pela contagem de pessoas nos protestos", que indicava estarem apenas "entre 130 mil a 150 mil". Já o Expresso teve muita dificuldade em encontrar outra fotografia para ilustrar a notícia da manifestação unitária da CGTP que não fosse a da delegação do Bloco de Esquerda que seguia na cauda do protesto. Da mesma forma, a TVI colou a manifestação à palavra de ordem do BE: "O cinto deles nunca aperta".

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Amanhã? Pois, claro!

Amanhã? Sim, amanhã. Depois de amanhã, tudo será diferente se não fores, amanhã. Ou melhor, tudo será igual. Se não fores, amanhã, claro. Porque como dizia Gramsci, "o que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça mas porque a massa dos homens abdica da sua vontade. Deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar". Percebeste?

Amanhã.
15h, Marquês de Pombal.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Solidariedade com Garzón? Não!

Unai Romano. Antes e depois de ter sido torturado pela polícia espanhola.

Tenho recebido diversos e-mails e mensagens a pedirem a assinatura de um abaixo-assinado em solidariedade com o juiz Baltasar Garzón. Este juiz espanhol foi suspenso das suas funções por, entre outros motivos, tentar investigar os crimes do franquismo sobre os republicanos. Não tendo qualquer dúvida sobre a importância de se condenar o fascismo e os fascistas, não sou capaz de me sentir solidário com Baltasar Garzón.

Baltasar Garzón é um dos principais responsáveis pela ilegalização do Herri Batasuna e de vários partidos da esquerda independentista basca. É também responsável pela ilegalização do PCE(r). Baltasar Garzón é um dos principais responsáveis pelas centenas de cidadãos bascos inocentes que passaram pelos calabouços. É também responsável por silenciar e não investigar a tortura de que foram e são alvos milhares de cidadãos bascos. Baltasar Garzón é um dos principais responsáveis pela proibição de vários jornais e rádios bascos. É também responsável pela proibição de várias manifestações e acções de protesto, posteriormente alvos de violentas cargas policiais.

A Rádio Moscovo não apoia o juiz Garzón. Daqui, toda a solidariedade com as vítimas do franquismo e todo o apoio à abertura de uma investigação que é urgente.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Eina (ex-Inadaptats) em Lisboa

Em 1992, criaram os Inadaptats. Até 2005, marcaram o panorama musical na Catalunha e no restante Estado espanhol. Com letras combativas, arrastaram, uma parte significativa dos jovens de esquerda. Tocaram duas vezes em Portugal, numa delas, em 2003, perante milhares de pessoas no Palco 25 de Abril, na Festa do «Avante!». Amanhã, às 22 horas, regressam com o novo grupo Eina para tocar no Largo Camões, no âmbito do Congresso da JCP, com os Peste & Sida. O último álbum é uma adaptação da "Arte da Guerra" de Sun Tzu à actualidade, à luz do marxismo-leninismo.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Os tempos são de combate

Amanhã, a participação dos comunistas e amigos é fundamental. A hora é de luta. Os tempos, sem dúvida, são de combate.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Manifestação histórica em Atenas

Sábado à tarde, em Atenas. Cem mil pessoas respondem à chamada do Partido Comunista da Grécia naquela que foi uma das maiores manifestações de que há memória na capital grega. Também participaram representantes do PCP, do PC dos Povos de Espanha, do Partido dos Trabalhadores da Bélgica e do PC da Turquia. No fim, todos unidos por uma terra sem amos.

domingo, 16 de maio de 2010

Nunca de joelhos, sempre de pé!

"Povos da Europa, levantai-vos!"

'Calm like a bomb' é o nome de uma canção do grupo norte-americano Rage Against The Machine. É assim que se deve sentir qualquer trabalhador português que tenha compreendido o alcance das medidas aprovadas pelo governo PS com o apoio do PSD. Ainda assim, a comunicação social espalhou o terror para amenizar o impacto do que foi aprovado. Há quem diga por aí que poderia ter sido muito pior. Podiam ter-nos subtraído o subsidio de férias e o de natal. Ou, como em Espanha, cinco por cento dos salários da Função Pública. Afinal, não. E até vão reduzir os salários dos políticos e gestores.

Como se vê, há muitas formas de manipular os trabalhadores. Eles são mestres nesse tipo de arte e, na verdade, as circunstâncias também os favorecem. Ou será que são eles que se adaptam às circunstâncias? Depois da vitória do Benfica e da visita do ex-membro da Juventude Hitleriana Joseph Ratzinger, o governo decidiu avançar, no dia 13 de Maio, para a decisão final. E, efectivamente, a comunicação social não conseguiu esconder que o sacrifício vai recair sobre os de sempre.

Longe vão os tempos em que os governos e as instituições criticavam o capitalismo sem regras. Prometeu-se muito. Acabar com os offshores, fiscalizar os bancos, regular as empresas de notação financeira. Foram os tempos da promessa de utópico capitalismo regulado. Como se o capitalismo fosse passível de reformas ou de algum tipo de humanização. Já ninguém fala disso. A solução é igual à receita que se pretendia aplicar antes da crise: privatizações, flexibilização dos despedimentos, globalização da precariedade, aumento da idade de reforma, redução salarial.

Em relação à classe trabalhadora, em cada país há respostas diferentes. No Estado espanhol, as principais centrais sindicais optaram por apoiar o governo e acordar o congelamento salarial. A maior prova de que ajoelhar-se não compensa está ali. Depois desta traição aos trabalhadores, as Comisiones Obreras e a Unión General de Trabajadores viram o governo PSOE aplicar a redução salarial aos trabalhadores do Estado. A central sindical da esquerda independentista basca e o Partido Comunista dos Povos de Espanha têm apelado repetidamente à greve geral.

Na Grécia, escrevem-se páginas heróicas na história daquele país. Os trabalhadores têm participado de forma maciça nas sucessivas greves gerais. E não é por acaso. Na luta de classes não há acasos. Assim como não é por acaso que no Estado espanhol existe uma reduzida conflitualidade social também não é por acaso que na Grécia a classe trabalhadora dá um exemplo implacável. É que existe um Partido Comunista que forjou o seu carácter combativo, nos últimos anos, na luta contra o reformismo e a social-democracia. O Partido Comunista da Grécia mostrou-o quando entrou clandestinamente na Acrópole de Atenas para desfraldar dois panos gigantes, um em inglês e outro em grego: "Povos da Europa, levantai-vos!"

É este o caminho que devem seguir os trabalhadores portugueses. Sem copiar modelos, devem rejeitar o reformismo e a social-democracia. O capitalismo não é reformável. A solução para a crise capitalista é o socialismo. Podemos e devemos levantar-nos. Nunca de joelhos, sempre de pé!

25 de Abril e 1º de Maio

Espero que seja uma notícia que agrade aos leitores da Rádio Moscovo. Vamos regressar em força ao espectro radio-eléctrico. Ultimamente, outras frentes de luta consumiram a disponibilidade necessária para manter a Rádio Moscovo actualizada. Esperamos que os leitores compreendam que a acção prioritária é aquela que se trava para além da batalha virtual.

Desde o fim de Abril, muita água correu debaixo das pontes. O 25 de Abril foi uma grande acção de massas. Nela participou o fundamental dos que lutam por que Abril se cumpra. Mas também participa um conjunto de políticos que necessitam do ambiente de esquerda para que prossigam o ataque à classe trabalhadora sob a capa do "socialismo". Aqui incluímos os dirigentes do PS e da JS. Destaca-se, naturalmente, Manuel Alegre. O candidato à presidência da República, que o PS sempre preservou para os momentos em que necessita de se mostrar preocupado com os trabalhadores, é o eterno quase-dissidente. Um quase-dissidente que, no fundamental, sempre esteve ao lado da política de direita executada pelos vários governos do PS. Não é, pois, estranho que diga compreender as medidas "anti-crise" aprovadas por José Sócrates com o apoio do PSD. Embrulhado nesta caldeirada está, naturalmente, a direcção do Bloco de Esquerda que deve estar a tentar acalmar os ânimos dos que discordam da forma totalitária com que decidiram apoiar Manuel Alegre para a presidência.

O 120º aniversário do 1º de Maio decorreu de forma mais saudável. Longe do cheiro de uma UGT que agora tem uma ex-dirigente sua como ministra do Trabalho, a manifestação encheu as avenidas até à Alameda. Ainda assim, houve pequenos problemas. O Mayday continua a tentar reforçar o seu movimento. A perspectiva é tentar enfraquecer o movimento sindical e promover organizações paralelas sob a desculpa de que os sindicatos não respondem a problemas específicos dos jovens precários. Uma táctica interessante para reforçar as organizações que giram em torno do Bloco de Esquerda. O mesmo que põe sindicalistas seus aliados aos do PS dentro da CGTP como fez dentro do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL). Essa análise fica para depois mas há que perguntar: quando é que o Mayday decide se quer participar no 1º de Maio da CGTP ou num 1º de Maio seu? É que está sempre com um pé no Largo Camões e outro na Alameda.

Este ano, também esteve presente uma organização trotskista estrangeira. Vários jovens ingleses distribuíam panfletos e tinham uma banca na Alameda. Vi-os há cerca de dois meses numa manifestação da CGTP. Também espalhavam propaganda entre os participantes. Às perguntas em português dos manifestantes sobre o conteúdo dos panfletos não sabiam responder. Meti conversa e fiz várias perguntas em inglês. São financiados por uma internacional que deve ter meia dúzia de activistas e vieram de Inglaterra. Querem indicar o caminho a seguir pelos portugueses e atacaram o papel do PCP na luta dos trabalhadores. Quando os protestos se agudizam há sempre activistas estrangeiros pagos sabe-se lá por quem a tentar conduzir a luta.

Igualmente interessante foi ver o suposto sindicato dos profissionais do sexo, para gáudio dos jornalistas. Desfilaram com o Mayday e havia alguém que trazia uma pancarta que dizia: "Quando é que a puta da liberdade dá liberdade às putas?" Palavras para quê?